GPS na imprensa

America no cenário climático global: "74% dos gases de efeito estufa vêm da queima de combustíveis fósseis, enquanto a agricultura gera 11,6%, e mesmo assim ainda somos os alvos."

No âmbito do 33º Congresso da Aapresid, líderes internacionais refletiram sobre os desafios enfrentados pela agricultura e como enfrentá-los na preparação para a próxima Cúpula do Clima das Nações Unidas, a partir de uma perspectiva estratégica e colaborativa. Eles também levantaram a necessidade de construir uma nova narrativa que posicione a produção em níveis globais.

No primeiro dia do 33º Congresso da Aapresid, com o apoio da Expoagro, representantes da agricultura, indústria, ciência e administração pública participaram de um workshop para definir o posicionamento estratégico da região para a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada no Brasil.

Marcelo Regúnaga, coordenador-geral do Grupo Sul de Países Produtores (SGP), enfatizou a necessidade de uma postura proativa porque "a agricultura é parte da solução: ela captura carbono, sustenta o desenvolvimento e garante a segurança alimentar". Ele acrescentou: "É uma oportunidade que não podemos desperdiçar".

Por sua vez, Daniel Trento do Nascimento, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), destacou o desafio da agricultura diante das mudanças climáticas, citando como exemplo de sucesso que "o Brasil conseguiu uma revolução em 30 anos com base em ciência, inovação e crédito; a Argentina pode seguir o exemplo".
Desde el Instituto Aaprender, Marcelo Arriola llamó a asumir un rol activo en la construcción del discurso: “Sudamérica puede abastecer al mundo con alimentos de manera sustentable, pero si nos acusan de contaminar, no podemos quedarnos callados”.

Agricultura, ciência e política debateram o lugar da América Latina nos futuros sistemas agroalimentares.

En otro de los paneles desarrollados en el  auditorio Spraytec, del predio ferial de La Rural de Palermo, referentes internacionales del agro, la ciencia y la política debatieron el lugar que debe ocupar América Latina en los sistemas agroalimentarios del futuro. La clave: una narrativa común basada en evidencia científica, diplomacia y mirada estratégica.

Manuel Otero, Diretor-Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), destacou a necessidade de consolidar uma mensagem das Américas: "Somos os garantidores da biodiversidade e da sustentabilidade do planeta; devemos comunicar isso com firmeza em nível internacional". Ele também enfatizou a importância de vincular ciência, tecnologia e produtores por meio de políticas ativas e parcerias público-privadas.

Jack Bobo, diretor do Instituto Rothman de Estudos Alimentares da Universidade da Califórnia, alertou: "Os próximos 25 anos são os mais importantes da história da agricultura; precisamos produzir mais e melhor sem esgotar os recursos". Ele observou que, até 2050, a população mundial começará a se estabilizar, abrindo uma janela crucial para garantir a segurança alimentar sem comprometer a sustentabilidade.

Kip Tom, ex-embaixador dos EUA na FAO e atual vice-presidente de política rural do American First Policy Institute, enfatizou: “A segurança alimentar é segurança nacional; nações que não desenvolvem sua agricultura estão destinadas a entrar em crise”.

Walter Baethgen, pesquisador da Universidade de Columbia, afirmou que a América Latina é a maior exportadora agrícola do mundo e projeta um crescimento de 25% na próxima década. No entanto, ele alertou: "Precisamos usar nossos recursos de forma sustentável; a narrativa atual foi escrita por outros; é hora de definirmos nossa agenda com diplomacia e evidências científicas."

Para Baethgen, o contraste é claro: “74% dos gases de efeito estufa vêm da queima de combustíveis fósseis, enquanto a agricultura gera 11,6%, e mesmo assim ainda somos nós os alvos”.

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